29 de maio de 2015

Veículos em Fim de Vida (VFV)


Veículos em Fim de Vida (VFV) são aqueles que são denominados como veículos que estão estacionados por tempo superior a 48 horas que apresentem ainda sinais exteriores evidentes de abandono.

Os VFV são abandonados nas bermas das estradas, nos campos e em sítios com grande densidade populacional, causando:
  • Poluição visual, alterando a beleza das paisagens; 
  • Contaminação dos solos e das linhas de água, devido ao derrame de óleos e outros contaminantes. 
Por ano são abandonados entre 10000 a 15000 veículos, mesmo podendo ser punível com uma coima, sendo que as autoridades municipais ou policiais é que fazem o reencaminhamento destes veículos para os centros de receção. Para contrariar esta situação a Valorcar que faz a gestão dos VFV tendo assinado protocolos com os diferentes municípios para assim aumentar a eficiência da recolha destes veículos.


O Ciclo da Gestão dos VFV passa por cinco fases:
  1. Centro de Receção- Local onde ficam armazenados os VFV até serem transportados para o Centro de Desmantelamento, possuindo uma superfície impermeabilizada, sistema de combate a incêndios, sistema de recolha e tratamento de águas pluviais, águas de limpeza e de derrames.

  2. Transporte- É efetuada com o máximo cuidado possível, porque devido ao estado de degradação do veículo, pode condicionar ou mesmo inviabilizar as operações de despoluição/desmantelamento que vão ser efetuados posteriormente.

  3. Centro de Desmantelamento- Contém as mesmas características que o Centro de Receção e mais 2 outras características (uma unidade de despoluição pneumática e equipamentos de desmantelamento de VFV e contentores apropriados e identificados para os diferentes componentes/materiais retirados do veículo). Aqui os veículos são submetidos a duas operações, uma é a de despoluição (remoção dos componentes que são considerados perigosos) e a outra é promover a reutilização e reciclagem (remoção de diversos componentes para revenda em segunda mão ou para reciclagem). 

  4. Centro de Fragmentação- Para este centro, são enviados os VFV desmantelados onde as carcaças são trituradas em pequenos pedaços. Durante este processo as partículas de menor densidade e dimensão são aspiradas e separadas enquanto os metais “ferrosos” são extraídos por um eletroíman. O resto dos materiais passa por triagem/separação que separam os materiais “ferrosos” dos outros indo estes para reciclagem. Os materiais mais leves e pesados provenientes da fragmentação vão para valorização energética em fornos de coincineração ou para aterro. 

  5. Valorizadores- Onde ganham uma nova vida os fragmentos resultantes da desfragmentação dos VFV.



Tiago Silva


26 de maio de 2015

Óleos Alimentares Usados- Doçura ou Travessura?


Os óleos alimentares usados desde sempre quando acabados de usar eram colocados para a rede de esgotos ou depositados em aterro, mas há pouco tempo descobriu-se que é um risco muito elevado colocar este tipo de resíduo assim para o meio ambiente.

Um dos grandes problemas, quando despejados para a rede de esgotos, nas Estações de Tratamento de Águas Residuais vai dificultar e impedir o correto tratamento das águas.

Mas depois destes problemas, foi publicado o Decreto-Lei nº267/2009 em 2009, onde estão estipuladas as normas para o correto transporte, tratamento e valorização, por operadores devidamente licenciados. Os óleos são da responsabilidade dos consumidores, dos produtores de óleos alimentares, dos operadores da distribuição, dos produtores de OAU e dos operadores de gestão. Sendo que as Câmaras Municipais tem a obrigação de criar uma rede municipal de recolha seletiva.


Atualmente os óleos são reutilizados para fabricar sabão, lubrificante, graxa, tintas e detergentes e também para produzir combustível para motores diesel ou reciclados para se obter biodiesel.

O óleo quando utilizado em motores diesel tem como grandes vantagens em comparação com os combustíveis fósseis a qualidade do ar, a emissão de partículas, enxofre e 0 % de dióxido de carbono e não contribuem para o efeito de estufa. Mas só pode ser usado depois de tratado para retirar as suas impurezas tais como os restos de comida e de passar pela transesterificação, dando origem a um éster com:

  • Menor viscosidade;
  • Arranque a frio mais fácil;
  • Motores mais silenciosos;
  • Maior índice de cetano;
  • Filtrabilidade a temperaturas baixas;

Curiosidade: 1 litro de óleo contamina 1000000 litros de água.
Pontos de recolha: Apambiente

Tiago Silva

22 de maio de 2015

O Mundo dos RCD



Os RCD são resíduos provenientes de obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração, conservação e demolição e da derrocada de edificações. 

Desde a sua formação, que os produtores destes resíduos são responsáveis pelo deu destino final e é obrigado pela lei a recolher, armazenar e entregar a operadores licenciados para assim não contaminarem o meio ambiente nem porem em perigo a saúde humana. Só os RCD produzidos em obras particulares é que não precisam de licença e estão ao encargo da gestão dos resíduos sólidos urbanos das Câmaras Municipais.

Atualmente em Portugal as metodologias de desmantelamento, demolição e gestão de resíduos permitem obter entre 90 a 98% de valorização de resíduos. A metodologia é composta por:

  1. Elaboração do plano de gestão de resíduos; 
  2. Recolha, triagem e acondicionamento dos resíduos recicláveis; 
  3. Desmantelamento e britagem dos inertes para assim aumentar a taxa de reutilização e reciclagem

Quando chegam à empresa que trata dos RCD, estes resíduos são avaliados consoante:

  • As suas características; 
  • Qualidade; 
  • Estado de contaminação com outros materiais perigosos; 
  • Reciclagem; 
  • Tratamento;

Para além dos RCD, a construção civil também origina resíduos químicos que podem ser classificados de perigosos, não perigosos ou inertes.

Depois da triagem são processados os resíduos, sendo desde então reencaminhados para um destes fins:
  • Reutilização;
  • Reciclagem;
  • Tratamento;
  • Incineração;
  • Deposição em aterros legais;

Dependendo da estrutura que se vai demolir ou construir, são originados diferentes tipos de resíduos, mas cerca de 80% são inertes limpos que podem ser reciclados ou reutilizados na própria obra e os outros 20% em brita segundo as normas do LNEC.


Tiago Silva


21 de maio de 2015

Construção Civil - Gestão Ambiental

Desde os primórdios da construção civil que os resíduos provenientes de construções e demolições eram despejados para descampados sem controlo nenhum ou então iam para as lixeiras, mas desde a segunda metade da década de 90, quando Portugal começou a reduzir a quantidade de lixeiras e a passar a ter aterros sanitários que se começou a pensar no que fazer com estes resíduos. 


 Foi então que em 2004 saiu a ISO 14001 em que refere que "parte de um sistema global de gestão de uma organização, utilizado para desenvolver e implementar a sua politica ambiental e gerir os seus aspetos ambientais". A partir deste momento cada Dono de Obra/Empreiteiro tem de fazer prevenção da poluição, cumprir a legislação e a melhoria contínua em favor do ambiente, isto é, um Sistema de Gestão Ambiental, tendo para isto fazer o levantamento e classificação dos aspetos ambientais.




Numa obra deve-se seguir com especial atenção:
- Ambiente Geral;
- Água;
- Resíduos;
- Transporte Resíduos;
- Ruído;
- Ar (Emissões Gasosas);
- Energia;
- Substâncias Químicas;
- Solos;
- Acidentes Graves;
- Avaliação de Impacte Ambiental.

Os pontos referidos anteriormente têm legislação correspondente e deve-se avaliá-los consoante os que são mais afetados pela obra e os que não.

Para além destes também deve-se ter em atenção:
- Planeamento e preparação da obra;
- Aquisição de matérias-primas;
- Desempenho ambiental e as práticas dos subcontratados e fornecedores;
- Transporte/cargas e descargas de matérias;
- Desmontagem do estaleiro;
- Fauna, Flora e Biodiversidade.

Depois da análise aos aspetos ambientais e próprios da obra tem de se identificar se esses aspetos são significativos ou não, classificando-os de 1 a 10 consoante a gravidade, com os seguintes critérios:

- Severidade/Dano Ambiental;
- Frequência ou Probabilidade de ocorrência;

- Existência de requisitos legais.



Se for considerado significativo tem de ser incluído no Programa de Gestão Ambiental. Exemplo de Gestão Ambiental para o Ruído:


Para além deste plano, desde o inicio ao fim da obra tem de se fazer planos e registos sobre vários aspetos, tal como descrito no quadro a seguir: 



Tiago Silva 

Fonte: Benchamarkae
Fontes Imagens: MpgoBenchamarkae

20 de maio de 2015

Campanhas de sensibilização

Campanhas de sensibilização que envolve a reciclagem de REEE pela AMB3E e ERP (Algarve) A Amb3e acordou protocolos da Missão Electrão com os Bombeiros do Algarve, assim os algarvios podem ir entregar gratuitamente os resíduos eléctricos e electrónicos, lâmpadas e pilhas usadas ao quartel de bombeiros que se encontra equipado com um contentor para grandes electrodomésticos, caixas apropriadas para recolha de pilhas e Pontos de Electrão.

 Em troca as Corporações de Bombeiros recebem uma contribuição financeira quanto maior for a quantidade de resíduos recolhidos para assim poderem equipar os seus quartéis.


 A ERP através da Geração Depositrão “7” que integra em conjunto com o Programa Eco- Escolas e a Associação Bandeira Azul da Europa o tema da gestão destes resíduos aos mais novos. Na última edição foram recolhidos mais de 300 toneladas destes resíduos e cresceu cerca de 36% em comparação com a edição anterior. 

Em troca as escolas receberão prémios oriundos dos patrocinadores da campanha, como micro-ondas, cartão Pingo Doce com 500 euros e novos equipamentos.

Com estas campanhas pretende-se sensibilizar e promover a recolha destes resíduos.

Tiago Silva

Fontes: GreenSavers, Planetalgarve
Fontes Imagens: Algarvepressdiario

Pneus- Características e Reciclagem



O grande problema dos pneus é que depois de usados muito dificilmente se podem reaproveitar os materiais usados para a sua construção. A sua queima e a sua deposição ao ar livre, causa danos ao ambiente, desde a poluição atmosférica até à proliferação de doenças.

Os pneus só podem ser reutilizados 2 vezes, sendo que quando estão “inteiros” podem ser usados em obras que combatem a erosão, construções de parques infantis, etc. Quando cortados ou triturados, servem para revestimentos de estradas e tapetes automóveis.


Em Portugal quem gere e organiza o sistema de recolha e destino final de pneus usados é a Valorpneu, tendo sido nomeada como entidade gestora do Sistema Integrado de Gestão de Pneus Usados (SGPU) a 7 de Outubro de 2002.
A Valorpneu é um dos parceiros do projeto O Meu Eco-Sistema

Tipos de fins para os pneus usados:

 -Recauchutagem - Os pneus usados que não apresentem danos estruturais são transformados em pneus que são reutilizados, tendo um novo piso, reduzindo-se assim o consumo excessivo de recursos naturais. Alguns pneus não cumprem determinados requisitos para este fim, havendo uma taxa de rejeição de 40 a 50% nos pneus ligeiros e de 20 a 30% nos pneus pesados; 

-Valorização energética - Os pneus usados são utilizados como combustível complementar ou alternativo no fabrico de cimento ou na produção de electricidade e de vapor em centrais de co-geração. Ao utilizar-se os pneus usados ao invés dos combustíveis fósseis existe uma redução nas emissões por combustão da biomassa. 

-Reciclagem - Os pneus passam por um processo em que são retirados em separado todos os materiais constituintes do pneu: têxtil, aço e granulado de borracha com diferentes granulometrias. São usados 2 processos: o mecânico (consiste na trituração dos pneus) e o criogénico (usa-se azoto liquido para congelar o pneu a -160oC num túnel criogénico e depois é triturado de maneira muito fina). 

 -Reutilização para outros fins - ex: proteção de molhes marítimos, de barcos, em aterros e obras de engenharia civil.


Balanço dos diferentes tipos de destinos para os pneus usados entregues à valor pneu de 2003 a 2008.


Evolução de 2003 a 2013, dos pneus usados recolhidos pela Valorpneu.


Tiago Silva

Fonte do texto: Valorpneu, Planetareciclavel 
Fonte Imagens: Planetareciclavel 
Fonte dos gráficos: Valorpneu

18 de maio de 2015

Medicamentos e o Ambiente

Os fármacos têm um papel importante na vida dos humanos e animais na prevenção e tratamento das doenças. Os testes que se fazem com os fármacos são apenas para avaliar as reacções adversas que provocam nos seus utilizadores e não no ambiente.



Os fármacos podem ser libertados para o ambiente:
  • excreção (efluentes hospitalares); 
  • excreção (efluentes domésticos); 
  • medicamentos não usados;
  • piscicultura; 
  • excreção (gado). 

 Depois da sua administração em humanos parte dos fármacos ou produtos resultantes são excretados e vão parar a Estações de Tratamento de Águas Residuais onde apenas são removidos parcialmente enquanto que nos animais, é bem mais perigosa já que a excreção é feita directamente para o ambiente.

 Apenas na última década apareceram as técnicas que permitem a detecção e quantificação destes compostos. Dos poucos estudos realizados mostra-se que a concentração de fármacos por litro de água é muito baixo (0,000001g). Apesar de ser pequena a sua concentração os efeitos podem ser nefastos.

 São encontrados nas águas uma grande lista de fármacos, sendo que alguns deles ainda têm um efeito desconhecido no ambiente, mas existem duas classes que já estão definidas: os resíduos hormonais e os antibióticos. Enquanto que as hormonas têm efeitos nefastos na função reprodutiva e no desenvolvimento dos organismos aquáticos os antibióticos podem dar origem a novas estirpes que se tornarão resistentes a esses antibióticos tornando-se a longo prazo ineficazes na luta contra a doença.

Em Portugal a zona com as características que podem levar a uma maior contaminação neste aspecto é o Alentejo, porque: tem uma taxa elevada de população envelhecida; uma taxa elevada de consumo de fármacos; é uma zona de produção agrícola, com pecuária e existem zonas com escassez de recursos hídricos.


 Por isso para evitar estes problemas, leve os restos de medicamentos e as suas embalagens à sua farmácia que a Valormed trata do resto!

Tiago Silva

Fonte: Universidade de Évora 
Fontes Imagens:  Villamulher, Valormed

12 de maio de 2015

Em 2014 os resíduos eletrónicos voltaram a bater recordes

                                                            
Segundo um novo relatório no último ano foram enviadas para as lixeiras de todo o mundo 41,8 milhões de toneladas de resíduos eletrónicos, sendo maior parte frigoríficos, máquinas de lavar e outros eletrodomésticos em fim de vida. Sendo que menos de um sexto de todos estes resíduos foi reciclado.

Em 2013, a quantidade de resíduos eletrónicos chegou às 39,8 milhões de toneladas e em 2018 pode chegar às 50 milhões de toneladas.
Portugal produziu 171 toneladas e 16,1 toneladas por habitante. Em comparação com os maiores produtores em quantidade Portugal fica muito longe, nos EUA produziram-se 7,1 milhões de toneladas e na China 6 milhões de toneladas.

Top 5 (maiores produtores de resíduos eletrónicos):
  • Noruega (28,4 Kg/habitante);
  • Suíça (26,3 Kg/habitante);
  • Islândia (26,1 Kg/habitante);
  • Dinamarca (24 Kg/habitante);
  • Grã-Bretanha (23,5 Kg/habitante).

Nota: Sabia que ao registar-se e depois for à secção Equipamentos elétricos e eletrónicos – secção “REEE - AMB3E” de Os Meus Resíduos, fica a saber sobre onde pode colocar estes resíduos para o seu destino correto para o reaproveitamento dos seus materiais constituintes.

Tiago Silva


Se já se recicla esta quantidade, porque não mais?


Responda aos inquéritos da secção Os Meus Resíduos no site de O Meu Eco-sistema e descubra novas empresas que fazem a reciclagem de outros resíduos que não aparecem nestes números e ainda no formulário O Meu Ecoponto, pode referir onde gostaria de ter um ecoponto, aumentando assim a eficiência da recolha de resíduos.

Tiago Silva